11 agosto 2008

VOCÊ SABE QUAL É O COLETIVO DE POBRE?


E aê, você sabe qual o coletivo de pobre? Patuléia? 25 de Março? Tsc, tsc... O coletivo de pobre é ônibus, mizifi. E se tú não sabia dessa é provável que também nem saiba o quanto custa a condução num coletivo atualmente, hein? Já pro Google ou pro ponto de busão mais próximo. (Sorry periferia, ouvi essa piada no busão e achei pertinente iniciar assim, bem-humorado).

Algumas coisinhas você precisa saber sobre o transporte coletivo de São Paulo:

São Paulo tem 1.308 linhas de ônibus. 2.710 são veículos adaptados para o acesso do deficiente do total da frota de 15.066 ônibus.(1)

A tarifa hoje é R$ 2,30. Igual em Osasco, Campinas e Santo André, outras grandes cidades do Estado de S.Paulo e Campo Grande lá no Mato Grosso do Sul, mas difere bastante do valor aplicado em Fortaleza (CE) R$ 1,60 e no Belém (PA) R$ 1,50.(2)

O sistema de ônibus do município recebe cores a partir da região que atende, conforme mapa acima que ilustra este post, isso facilita a localização da região em que você está perdido.

São Paulo tem agora 37 linhas noturnas

É possível fazer uso dessas linhas ao sair da balada para chegar mais próximo à sua casa, e a partir de determinado ponto fazer uso mais econômico de um táxi, por exemplo. Afinal, vamo combiná que 37 linhas são insuficientes pra maper uma cidade imensa como a nossa, né? Mas no site da prefeitura eles dizem ter priorizado linhas que se conectam aos terminais de ônibus facilitando assim a baldeação e proporcionando mais segurança ao usuário.

Para saber se alguma linha pode lhe transportar, clique aqui.

Quer saber qual ônibus pode te levar ao seu destino?


Sou um usuário de ônibus nato. Sei surfar em turbulência promovida por algum motorista apressado com apenas um pulso firme, trago sempre comigo tabuleiros de jogos e acervo de revista para trânsitos pesados e sou osso-duro-de-roer em se tratando de histórinhas emocionantes-pra-angariar-fundos, se é que você me entende - e posso lhe advertir que para a cidade de São Paulo ser beneficiada com um trânsito menos caótico basta que parte de sua população classe média passe a usufruir deste meio de transporte. Ocorre que hoje quem tem carro não faz questão de saber se alguma linha da rede poderia lhe servir no trajeto Casa X Trabalho. Vê no carro a possibilidade única de seu transporte, dinâmica favorável ao caos estabelecido na metrópole.

Essa mesma classe média culpa agora o financiamento de automóvel concedido à classe emergente paulistana, fruto de um progresso social do país, pelo congestionamento das vias públicas. Deseja em segredo o benefício do transporte privado para si e o seu caminho livre da gentalha, a mesma que ele quer submetida ao transporte público.

O transporte público praticado em São Paulo está longe de ser eficiente, mas precisa da mobililzação da sociedade inteira para ser repensado e trazer conforto para todos.

Se você quer saber se alguma das 1.308 linhas de ônibus de Sampa podem lhe conduzir por aí, clique aqui. A Prefeitura também atende 24h pelo 156.

Bus TV, TVO... eu não quero tv no busão, vc quer?


A Lei Municipal n.o 6.681/65 que proíbe o uso de aparelhos sonoros nos coletivos não é cumprida pela empresa BusTV que exibe seu conteúdo tosco diverso para a patuléia que faz uso do busão, já a TVO faz ironia e diz respeitar o usuário e por isso traz uma igualmente tosca programação sem áudio. Mas a quem interessa essa nova mídia? Ei, você aí, Dona Maria, ou o Seu Alcides acolá, vocês precisam mesmo saber mais uma vez que "Só Amanhã nas Casas Bahias Toda a Sua Cozinha sai Por 24X de R$ 199"? Já não lhes bastam o intervalo da telenovela ou do Jornal Nacional? Ah, tem dicas culturais também. E piadinhas! Veja essa do gato-que-cai-dentro-de-um-balde-cheio-d'agua!" Hilario, né? Tsc, tsc... Vamo combiná que isso não passa de uma nova mídia, atalho percorrido pelo mundo publicitário que foi expulso das ruas da cidade pela Lei Cidade Limpa.

Não sou contra a publicidade em geral, mas considero abusivo e desrespeitoso o uso do coletivo para uma midia tão invasiva quanto uma tv, sobretudo com áudio numa cidade tão ruidosa como a nossa. Acredito que com a falta de abrigos de ônibus por toda a cidade, as empresas de mídia podiam pleitear seu espaço em troca de favores à sociedade, implantando assim, um ponto de ônibus com luz, bancos, teto e informativos do transporte, além é claro da exposição de sua mídia em detrimento desse serviço prestado.

(1) Fonte: SPTrans / Superintendência de Especificação dos Serviços.
(2) Fonte: Associação Nacional de Transportes Públicos – ANTP; População : IBGE, 2007
(+) Fotos Flickr Bruno Depizzol e Koichimura

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