12 setembro 2008

Universidade (Nota Zero) Para Todos


Sim, o ProUni existe e está entre nós. Eu tenho uma amiga que acabou de se formar em pedagogia com 100% de isenção de mensalidade. Outro dia, visitando uma exposição, um outro camarada que estava por ali, estagiando, relatou que havia adquirido total isenção no curso de publicidade.

É animador saber que a juventude de hoje tem alguma perspectiva além do fajuto ensino fundamental e médio a que somos submetidos parte de nossa vida.

Para quem não sabe no Programa Universidade Para Todos (ProUni), a faculdade concede bolsas em troca de isenções de impostos por parte do governo. Neste ano, essas isenções devem totalizar R$ 126 milhões.

Os jornais recentemente mostraram que metade dos cursos reprovados pelo Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) oferecem bolsa dentro do programa do governo federal. O Enade avalia a instituição por meio de uma prova feita com uma amostra dos alunos em dois momentos: o primeiro ano de curso e a graduação. A intenção é medir não apenas o conhecimento do formando, mas quanto a instituição conseguiu agregar de conhecimento ao longo do curso.

O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) criou neste ano o IGC (Índice Geral de Cursos da Instituição), que avaliou o nível de aprendizado dos formandos nos três últimos Enades (antigo Provão), a qualidade dos cursos de graduação e de pós (quando foi o caso), a titulação dos professores, a opinião dos alunos e a infra-estrutura física.

O resultado mostrou que o governo (leia-se nós) está pagando por aulas ruins. Um levantamento feito pelo Correio Braziliense mostra que 2.207 bolsas de estudo parciais ou integrais concedidas por meio ProUni em Brasília, foram oferecidas este ano por instituições que tiraram notas 1 e 2 no Conceito Preliminar (CP), fique sabendo que a boa nota seria 5, tá?

31% do Ensino Superior está em nível crítico, e é a rede privada que puxa o resultado para baixo, com quase a totalidade (96%) das instituições com desempenho considerado insatisfatório. De todas as 1.448 instituições avaliadas, foram dadas notas baixas a 454 delas.

Com a educação pública sucateada e a eficiência de um programa de ensino superior de alcance inédito como o ProUni posto em cheque, corremos o risco de ter os estudantes formados por estas faculdades preteridos no mercado de trabalho por conta da negligência do nosso governo.

Os responsáveis na esfera federal deveriam se preocupar com os rumos do programa, uma vez que estes universitários já são lesados por terem cursado escola pública com o baixo nível de instrução que temos notícia, mas ao que parece há uma preocupação em expor números à população, pois a meta do Plano Nacional de Educação, prevê a oferta de educação superior até 2011 para, pelo menos, 30% dos jovens de 18 a 24 anos. E estes números eles vão atingir a qualquer preço, alguém duvida?

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