Se você curte MPB, já foi apresentado aos Novos Baianos. Caso não seja o caso, aqui vai uma colinha: Moraes Moreira, Baby Consuelo, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor, Luiz Galvão e a banda de apoio A Cor do Som formaram de 69 a 79 um grupo que marcou a música popular brasileira e até o rock brasileiro da década de 70.
Eram os Novos Baianos, cabeludos vindos de Salvador pra ganhar voz no Rio e em Sampa. Eles misturaram bossa nova, samba, frevo, baião, choro, afoxé e rock e criaram ritmos e letras que abriram novos caminhos na MPB. Entre uma alucinação e outra, entraram de cabeça na contracultura e na Tropicália pra fazer uma salada musical e ganhar o Brasil. Lançaram 8 álbuns antológicos. O 2º, Acabou Chorare, foi considerado pela Rolling Stone o melhor álbum brasileiro da história. O 6º, Praga de Baiano, fez de Baby Consuelo a primeira cantora de trio-elétrico. E o 7º, Farol da Barra, traz a parceria com Caetano Veloso.
Ontem Moraes Moreira fez um show pra lançar o livro A história dos Novos Baianos e outros versos. Ainda cabeludo, com bigodinho e genial, o compositor tocou e cantou A menina dança (sucesso na voz de Marisa Monte), Preta Pretinha, Eu também quero beijar e Festa do interior, entre outros hits. Entre uma e outra canção ele contou pedaços da história dos Novos Baianos em versos muito bem escritos, decorados e declamados.
Ele não canta bem, sejamos justos, mas compõe e toca como ninguém. Tinha que rimar. O público, recheado de musicistas e tios(as), levantou, dançou, bateu palmas, batucou, cantou afinado e ouviu atento à história da república numa cobertura em Botafogo, das loucuras no sítio em Jacarepaguá e dos ilustres camaradas desses bons e velhos baianos.
O show foi uma bela aula de música brasileira por 30 mangos.
O livro vou ler e conto depois.
Té.
Uns meses atrás encontrei Moraes Moreira no bar Genésio na Vila Madalena. Da próxima vez que eu me deparar com ele lá, vou cumprimentá-lo pelas belas composições...
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