Ciranda de Pedra é um dos meus livros favoritos de Lygia Fagundes Telles. Foi o primeiro contato que tive com a escritora paulistana e talvez com a literatura contemporânea distante da chatice da obrigação de certos clássicos na escola. Não consegui terminar o famoso "As Meninas" e passei a admirá-la com os contos que conferi em um livro e outro, com destaque para "A noite escura e mais eu" e "Antes do Baile Verde" e "Os melhores contos de Lygia Fagundes Telles" antologia de contos de Eduardo Portella. Foi numa dessas que me deparei com "A Confissão de Leontina".
Neste conto uma personagem bondosa, ingênua, nos emociona ao relatar a sua trajetória de vida até a cidade de São Paulo e as consequências que a levaram para trás das grades. O conto foi escrito em 1949, a era da modernização de São Paulo, da efervenscência cultural da cidade e da imigração de nordestinos para viver o sonho de uma vida melhor aqui por estas bandas, onde havia grande oferta de trabalho. Este plano de fundo deve ter inspirado a autora a criar esta estória, uma personagem desamparada, proveniente de uma cidade do interior chamada Olho D'Agua que tenta dar uma guinada em sua vida, por estas bandas paulistanas.
Ontem tive o prazer de ver essa estória encenada pela atriz Érika Moura, sob direção de Marat Descartes (ator premiado pelo prêmio Shell em 2007 pela atuação em "Primeiro Amor" de Samuel Beckett) num teatro improvisado no 3º andar do SESC Consolação. Diga-se que este improviso de palco foi o único ponto fraco da empreitada, pois o desconforto que as cadeiras traz à platéia nos faz lembrar por qual motivo os cinemas são tão mais atrativos que o teatro.
Com intensidade dramática comedida, Érika dá vida a esta Leontina e nos faz interessar pelo seu discurso documental repleto de imagens de uma vida simples, de lembranças bucólicas e de visceral miséria. Com direção certeira, seguimos imersos na atmosfera opressora da sociedade que a vitima a partir de uma cela onde agora a personagem delata sua experiência. A intenção da iluminação deve ser lembrada aqui, pois é assertiva com a projeção da luz do Sol por entre as grades deste presídio fazendo a platéia ver o mesmo nascer quadrado como teria visto esta personagem em seus dias desta ficção que nos traz a uma realidade dramática.
★★★★☆ A Confissão de Leontina
Terças-feiras, às 21h
Texto de Lygia Fagundes Telles
Direção: Marat Descartes
Com Érika Moura.
Temporada de 22/7 a 16/9
Sesc Consolação
R. Dr. Vila Nova, 245 11 3234-3000
R$ 10 inteira | R$ 5 estudante | R$ 2,50 comerciário
Neste conto uma personagem bondosa, ingênua, nos emociona ao relatar a sua trajetória de vida até a cidade de São Paulo e as consequências que a levaram para trás das grades. O conto foi escrito em 1949, a era da modernização de São Paulo, da efervenscência cultural da cidade e da imigração de nordestinos para viver o sonho de uma vida melhor aqui por estas bandas, onde havia grande oferta de trabalho. Este plano de fundo deve ter inspirado a autora a criar esta estória, uma personagem desamparada, proveniente de uma cidade do interior chamada Olho D'Agua que tenta dar uma guinada em sua vida, por estas bandas paulistanas.
Ontem tive o prazer de ver essa estória encenada pela atriz Érika Moura, sob direção de Marat Descartes (ator premiado pelo prêmio Shell em 2007 pela atuação em "Primeiro Amor" de Samuel Beckett) num teatro improvisado no 3º andar do SESC Consolação. Diga-se que este improviso de palco foi o único ponto fraco da empreitada, pois o desconforto que as cadeiras traz à platéia nos faz lembrar por qual motivo os cinemas são tão mais atrativos que o teatro.
Com intensidade dramática comedida, Érika dá vida a esta Leontina e nos faz interessar pelo seu discurso documental repleto de imagens de uma vida simples, de lembranças bucólicas e de visceral miséria. Com direção certeira, seguimos imersos na atmosfera opressora da sociedade que a vitima a partir de uma cela onde agora a personagem delata sua experiência. A intenção da iluminação deve ser lembrada aqui, pois é assertiva com a projeção da luz do Sol por entre as grades deste presídio fazendo a platéia ver o mesmo nascer quadrado como teria visto esta personagem em seus dias desta ficção que nos traz a uma realidade dramática.
★★★★☆ A Confissão de Leontina
Terças-feiras, às 21h
Texto de Lygia Fagundes Telles
Direção: Marat Descartes
Com Érika Moura.
Temporada de 22/7 a 16/9
Sesc Consolação
R. Dr. Vila Nova, 245 11 3234-3000
R$ 10 inteira | R$ 5 estudante | R$ 2,50 comerciário
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