08 julho 2008

★★★★☆ | O Escafandro e a Borboleta


Algumas reflexões vão surgir quando você assistir ao filme O Escafandro e a Borboleta, mas até aí tudo bem porque você também sai refletindo após consultar o analista, né? Mas aqui, com uma história verídica baseada no livro homônimo de Jean-Dominique Bauby, viajamos emocionados por um mundo onde a mobilidade só é atingida através da imaginação de um homem, este, vítima de uma síndrome rara (Locked-In) que se vê na condição de tetraplégico numa cama de hospital algumas semanas após um derrame e que a partir de então, passa a reviver sua trajetória e recontá-la através de uma técnica elaborada pela equipe do hospital em que se recupera.



Com direção premiada e edição maestral o filme nos mantém atentos a saga deste personagem que poderia ser apenas mais um burguês repleto de bens materiais além de sua necessidade, com prestígio profissional e belas mulheres ao redor remoendo seus pequenos problemas, mas que diante da implacável natureza posta-se diante da miserável condição humana de não dominar o seu destino, e tem assim, forçadamente, a necessidade de percorrer um outro caminho.

Ao nos colocarmos no posto ocupado por este homem, flertamos com a autopiedade, o sentimento humano mais destrutivo, que nos torna inertes e nos submete ao fracasso, mas nesta história acompanhamos a superaração de um indivíduo ao viés automático da autopiedade que nos acomete em situações de extrema impotência.

É comprensível que com a urgência dos dias, com a insaciável busca por resultados, e inseridos numa sociedade de consumo em que o indivíduo é julgado por aquilo que acumulou, a gente ignore algumas importantes ações do dia-a-dia. Assim, motivo-me a te perguntar se você prestou atenção em seu café esta manhã. Prestou? Sabe aquela ligação que faria aquela pessoa mais feliz? E aquele pedido de perdão que aliviaria esta sua dor lombar? Melhor: a quem você pode declarar o seu amor no dia de hoje?

★★★★☆
O Escafandro e a Borboleta | (Le Scaphandre et le Papillon, França/ EUA, 2007 | 112 min) • Estreou em 04/07/2008
Vencedor de 2 prêmios no Festival de CANNES 2007: Julian Schnabel, Melhor DIRETOR - Janusz Kaminski, Technical Grand Prize | Vencedor Globo de Ouro 2008: Melhor Diretor (Julian Schnabel) e Melhor Filme Estrangeiro.

(+) Cineclick




2 comentários:

  1. e não é que vc assistiu o filme do pisca pisca! cara de palavra! me conta tudo pessoalmente na 2ª, bee.

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  2. o filme é realmente sensacional! E a fotografia, então? No entanto, confesso: não serei mais o primeiro a ligar... sou quem espera o telefonema agora...

    até mais
    se cuida!

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