07 janeiro 2009

SACO

Você soube do magnata alemão atropelado por um barco?
Ele estava no Saco do Mamanguá, o único fiorde do Brasil. Eu também.

Fiorde é “uma grande entrada do mar em volta de altas montanhas rochosas”. Isso explica o fato de não se ver o nascer e o pôr-do-sol do Mamanguá, já que montanhas íngremes cobertas de mata Atlântica cercam os 8km de mar verde-esmeralda formando uma grande gota. O lugar, que fica no município de Paraty (sudeste do Rio) mistura magicamente todos os tons de verde. E mantém sua natureza quase intocada, já que há pouquíssimas pousadas, campings e divulgação turística.


Por todo o Saco você encontra caiçaras nativos como Zizinho e Dadico, que abastecem seus bares à beira-mar com a pesca familiar e nos mercados de Paraty. As crianças acordam cedo para esperar o barco da escola na porta de casa – ou seja, em simples pier’s de madeira - mas boa parte dos nascidos no Mamanguá pretende viver ali, seja da pesca, do artesanato, do ecoturismo, da agricultura, da culinária ou do transporte marítimo.



Trilhas cortam a mata atravessando toda a volta do Saco. Fiozinhos de terra no meio da vegetação densa, com janelas naturais que enquadram o mar e agradáveis surpresas como pássaros e borboletas multicoloridos, riachos transparentes, grandes pedras de cristal branco, cachoeiras deslumbrantes e tribos indígenas. Os passeios de canoa e caiaque também são deliciosos e por todo o caminho você será brindado com presentes da natureza.



No lado esquerdo do saco há grandes mansões, em sua maioria rústicas, com praias quase privativas. Em uma dessas estava o alemão Christian Martin Wölffer, que nadava próximo à praia quando foi atingido por um barco e faleceu. Uma pena essa fatalidade… Inclusive por ter efeito negativo, nacional e internacional, no turismo do Mamaguá.

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