Cinema é assim, você vai pra se divertir quando não quer pensar, já teatro é um pouco diferente. Embora existam peças que não exigem que você formule outro pensamento senão um juízo sobre ela, é impossível você desejar não pensar e ir ao teatro displincentemente. O mundo está cada vez mais cruel e cada vez mais difícil divertir-se com o teatro.
Daí que ontem queria me distrair, evitei o Agente 86 nos cinemas e inventei de ir ao teatro do SESC Consolação, ver a peça Desconhecidos, de Díonisio Neto
O público é todo sorrisos aos amigos expostos em cena e aguardam anciosos pra aplaudir de pé a performance, num exercício de nobre fraternidade. E os amigos destes atores aqui (Dionísio Neto e Simona Queiroz), vale dizer, tinham rostos familiares - eu que não assisto as novelas da Record, SBT, Band, não sei dizer outro nome senão o da atriz Débora Duboc, tá? Me perdoem aê os outros atores não citados.
E o enredo da peça trata de dois atores casados e moradores de um prédio no Rio, na frenética tentativa de produzir uma peça e angariar alguns recursos pru dicumê. É tudo tão descompromissado com a qualidade que acho pura perca de tempo citar o que vi depois disso, mas pre-ci-so citar o que li na Folha Online a respeito da peça;
"O enredo traz um serial killer que ataca e mata mulheres de uniforme. O suspense que levou quatro anos para ser escrito, busca analisar o lado escuro da humanidade. O autor fez pesquisou sobre serial killers para a composição do personagem e transformou o fenômeno em um vilão com uma visão direitista do país."
Concluímos que para se fazer teatro também é preciso ter amigo na Folha, né? De fato a peça que este casal ensaia no apartamento trata mesmo de um serial killer, mas em se tratando de teatro já é sabido que geralmente o programa da peça ou o release enviado à imprensa dão uma indumentária não muito realista ao que se experimenta mais tarde na... imersão. Porque teatro, vamo combiná! é sempre uma imersão.
Mas por quê este compromisso com a reflexão? Teatro não pode ser só divertido? Pra quê essa carapuça intelectualóide que os faz distantes de nós, pobres mortais espectadores? Por que a empáfia?
Não quero romper a minha relação camarada que tenho com o teatro, pra alivar a tensão proponho um brinde! Vamos brindar a amizade: tim-tim. Afinal, o teatro bebe mesmo na camaradagem dos amigos, mas sabemos que um amigo não suporta muito um outro queixoso, logo se afasta e vai beber em outro botequim. Provável que no outro boteco haja uma loiraça hollywoodiana bem burrinha e fácil à espreita de um cara disposto a novas companhias.
Zeca Bral pretente assistir Agente 86 por recomendação do Rick Untura, membro aqui desta meia dúzia de amigos.
Exijo sobriedade neste bolg.
ResponderExcluirZeca, você está proibido de escrever bêbado. Dá pra sentir cheiro de álcool daqui! rs...
Comentando acima: xi, Zeca, não é só seu fígado que está reclamando, hein??...
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